Deixe a fogueira pra lá! Siga Jesus de perto!

Faltam apenas algumas horas antes do Grande Momento. Ele havia sido avisado, mas disso não fez caso. O mesmo que um tempo atrás fez um grande confissão de que o Senhor era o “Cristo o Filho de Deus”, agora estava O seguindo de longe, se aquentando na fogueira junto com algumas pessoas. O mesmo que havia defendido seu Mestre, ferindo o servo do sumo sacerdote, não tinha sequer coragem de aproximar-se dEle. Sua promessa de se possível morrer com Ele, caiu por terra naquela mesma hora.
- “Esse também estava com Ele” – uma criada disse fitando os olhos nele.
- “Mulher, eu não o conheço” – ele negou.
Um tempo depois, um homem fitando em seus olhos fez a mesma afirmação:
- “ Também tu é dos tais”.
- “Homem, não sou.” – Mais uma vez negou.
Uma hora depois outro afirmou:
- “Também este, verdadeiramente, estava com Ele, porque também é galileu.”
- “Homem, não compreendo o que dizes…” – insistiu.
Mas enquanto falava, o aviso se cumpriu. O galo cantou e “o Senhor, fixou os olhos nele, e ele se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo.”
A angústia de O ter traído tomou conta dele e sua única ação foi sair dali e chorar amargamente.
(Lucas 22.54).

Quantas vezes nos vemos na mesma situação de Pedro? Achamos que segui-Lo de longe vai surtir efeito, mas então chega o momento de ver de que lado estamos. Pensamos que estamos preparados para qualquer coisa, mas esquecemos que Jesus sonda nossos corações e vê o quão fraco e covarde somos. A fato dele negar Jesus não foi culpa das pessoas, nem culpa do galo que cantou, nem de ninguém, a razão disso tudo, foi a mesma que a nossa: não atentarmos nas palavras de Jesus. Ele está constantemente nos avisando, mas assim como Pedro, ignoramos o fato e assim acabamos negando Cristo Jesus em nossas atividades, em nosso trabalho, em nossa escola, em nosso linguajar, em nossos atos. Negar o Senhor não se resume em dizer três vezes que não O conhece. Negamos ao Senhor quando dizemos o que Sua Palavra diz para não fazermos, O negamos quando nossas atitudes saem do acordo de sua vontade.
As pessoas estão de olho em nós. Elas querem ver algo dEle em nossas vidas (sejam as pessoas cristãs ou não). Elas buscam algo diferente, algo que denuncie a vida dEle dentro de nós. E é exatamente neste ponto que devemos expor Sua Vida, expor Sua Palavra, exalar o perfume de Cristo e mostrar que independente de tudo, estamos O seguindo de perto.

Outra situação que necessita ser analisada é que quando passamos pela mesma situação de Pedro, quando sentimos o olhar de Jesus fito em nós no momento em que O negamos, não devemos fazer como Judas (suicidar-se por remorso), mas sim nos arrepender de todo o coração e procurar com mais diligencia vigiar em todo o tempo sabendo que “o diabo, nosso adversário, anda ao nosso derredor bramando como leão, buscando uma brecha para que assim nos trague.” (1 Pedro 5.8 – Pedro  escreveu isso sabendo muito bem do que se tratava).

O desenrolar dos acontecimentos é emocionante demais. Assim como nós, quando pensamos que o que fizemos foi demais para Deus e que agora Ele não poderá nem sequer olhar para nós, vemos o Seu amor que nos surpreende e mostra que nem tudo está perdido. Ele usa o mau para fazer o bem para Sua honra e glória!

Jesus já havia ressuscitado e Pedro pensava que sua vida irá continuar a mesma de sempre. Ele continuaria a pescar e assim seria. “Mas, ao clarear da madrugada, estava Jesus na praia; todavia, os discípulos não reconheceram que era Ele.”
Jesus volta onde tudo havia começado com os seus discípulos. No mesmo lugar onde Pedro, ajoelhando aos Seus pés disse: Se afasta de mim, pois, sou um homem pecador.”

Sua ação de negar Jesus é revertida por algo que sela seu amor pelo Mestre. Uma aliança é feita naquele momento que o enche de esperança quando Jesus diz:
- “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?
- “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.” – Pedro respondeu.
- “ Apascenta os meus cordeiros.” – disse Jesus
- “Simão, filho de João, tu me amas?” – perguntou pela segunda vez.
- “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.”
- “Pastoreia as minhas ovelhas” – ordenou Jesus.
- “Simão, filho de João, tu me amas?” – perguntou Jesus pela terceira vez.
- “ Senhor, Tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo.” – respondeu Pedro, dessa vez entristecido por Jesus ter perguntado três vezes.
- “Apascenta as minhas ovelhas” – disse Jesus, sabendo que agora Pedro estava pronto para ser quem Ele queria que fosse.

Fica claro para nós o quanto Jesus nos ama, o quanto Ele nos demonstra amor e está sempre renovando seu perdão para nós. Mas não devemos nos esquecer que o amor do Senhor, nos pede nossa devoção, nosso “eu” crucificado com Ele, e não uma vida de pecado “já que Ele nos perdoa…” Quanto mais amamos nosso Deus, mais nos sentimos dispostos a dizer não ao pecado, renunciar nossa carne e nos entregarmos mais e mais á Ele!
Porque graças a Deus, Pedro teve um arrependimento sincero, e o Senhor lhe entregou mais um chance de fazer tudo diferente. Mas e se fosse o fim de Pedro? E se for nossa última chance de provar nosso amor pra Jesus?

“E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6:16).

Deixe a fogueira pra lá! Siga Jesus de perto!