quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Dízimo: lei abolida ou não?

Dízimo

Que as Igrejas estão em disparada pregando o evangelho da prosperidade e lançando um monte de maldição para aqueles que não dão o dízimo, todo mundo sabe. A questão chave é saber se o dízimo é uma lei – como muitos tem dito – ou não.
Antes de começar expondo tudo isso, quero deixar bem claro que meu objetivo não é ofender ninguém, e muito menos criticar àqueles que tem sido fieis ao Senhor com o seu dízimo. Minha motivação em escrever sobre isso, é somente lembrá-los que temos na Palavra de Deus, esclarecimentos sobre todas essas questões.

Em primeiro lugar: o que seria o Dízimo? Dízimo é a décima parte das rendas consagradas ao Senhor.

Na Bíblia vemos o primeiro ato de dizimar pelo Patriarca Abraão, que ofertou o dízimo, dos despojos da guerra que ele havia vencido, à Melquisedeque (Gn 14.17-20). Nesse texto não mostra que foi uma ordenança de Deus, mas sim um ato voluntário.
Vamos também Jacó votando à Deus, que se Ele o abençoasse, o mesmo, daria o dízimo de tudo aquilo que estivesse em suas mãos (Gn 28.20-22).
Antes da Lei Mosaica, referente ao Dízimo ser uma lei instituída, esses dois exemplos, são os únicos que vemos na Bíblia.

Depois disso, Deus ordenou aos israelitas através de Moisés, darem o dízimo, dizendo:
”Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores são do Senhor; santas são ao Senhor” (Lv 27.30).
E foi ai que o povo de Israel passou entregar os dízimos ao Senhor, não mais como um ato voluntário, mas sim como a Lei instituída à eles, como LEI CERIMONIAL.

Quais seriam as Leis Cerimoniais:
Seriam os Sacrifícios, ofertas diversas, circuncisão, dia de festas, guardar os sábados…

Precisamos entender que tudo isso era transitório, era uma sombra, algo provisório até que Jesus viesse. Em Hebreus podemos ver claramente:
”Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” (Hb 10.1).

Temos que entender também que quando Malaquias 3.8-11, chama o povo de ladrão para com Deus, é porque a Reconstrução do Templo precisava ser feita, e eram os dízimos que supriam a obra na Casa de Deus, e o povo estava negligente quanto à isso e como eles estavam debaixo da lei, receberiam mesmo uma maldição por não cumprirem isso.

Depois que Jesus veio, tudo que era provisório, tornou-se claro para nós. Ele nos libertou do julgo da Lei, e nos Deus a Lei mediante a Graça do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com todos aqueles sacrifícios e rituais, ninguém poderia se salvar, e estava aguardando uma reforma que foi com a vinda de Jesus, a Nova Aliança (Hb 9).
Paulo mesmo nos diz que estamos “debaixo da graça e não da lei” (Rm 6.14), e hoje muitos líderes tem imposto uma guarda grande demais ao povo, dizendo que só seremos salvos se formos fiéis ao dízimo.
É tipo assim: eu posso pecar, me prostituir, mentir, mas se eu der o dízimo estou livre de morrer e ir para o inferno. Ah, e ainda sim, Deus vai me justificar por todas as coisas erradas eu eu faço (sabendo que é errado), apenas porque eu dei o dízimo.

Eu e minha família viemos de uma Igreja assim, onde se prometia “todo o bem desta terra”, se déssemos o dízimo, e sabe o que aconteceu? Meus pais obedeceram diligentemente essa ordenança, o nosso aluguel ficou atrasado, porque mesmo assim tínhamos que dar o dízimo, e no final de tudo, ao invés de vivermos “o bem desta terra”, fomos despejados.
Nós somos agora gratos a Deus, porque Ele nos ensinou, através dessa experiência e muitas outras, que o que Deus quer não é “misericórdia, e não sacrifício, e o conhecimento dEle, mais do que holocaustos…” (Oséias 6.6).
Hoje temos o entendimento de que é um prazer ajudar na obra de Deus, mas não pela lei, e sim por amor.
Resumindo: temos que dar o dízimo, sim ou não? Temos que dar muito mais, conforme nossas condições, pois, existem muitos que pregam para dar tudo o que tem, mas Paulo declara em 2 Coríntios 8.12-13 “… porque se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que não tem. Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade.”

Então porque foi criado o Dízimo?
Servia para suprir a Casa do Senhor, assim como sustentar os pobres, viúvas, órfãos, etc. E hoje não vemos mias isso acontecer. O que temos visto, são homens cheios de avarezas, aproveitando-se da simplicidade das vidas, “fazendo comércio deles, com palavras fingidas; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (2Pe 2.3).

Agora para aqueles que defendem o dízimo como algo obrigatório, e diz que as pessoas que não dão (por não terem condições) irão para o inferno, comecem a guardar o sábado, circuncidem-se e ofereçam pelo pecado sangue de animais.

Esse assunto poderia se estender por milhares de posts, mas para finalizar com chave de ouro deixo com vocês a decisão da Igreja primitiva sobre leis aos gentios e um vídeo de Augustus Nicodemos que nos explica de forma clara esse assunto!

Fiquem com Deus.

”Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes” (Atos 15.28-29).

Créditos:VoltemosAoEvangelho

Um comentário:

  1. Postagem muito esclarecedora! Com certeza o propósito não é afrontar ninguém, mas simplesmente esclarecer algo em que temos acesso na própria Palavra de Deus!

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